domingo, 30 de novembro de 2014

Conto de 10 anos – Encontro em Anelândia


 E em mais uma noite, toda a Anelândia adormece e eu estou observando todos.
Uma data importante está chegando e eu preciso mandar um chamado para eles. Eles devem se preparar. Mas primeiro, eu preciso de um porta-voz, de um líder, de alguém que possa organizar tudo.
E tenho alguém perfeito para tal. Um dos meus tantos espelhos, mas é a única que carrega o mesmo nome que eu: Anelise, de As Super Agentes. Escolhi a maior agente de todos os tempos para organizar a recepção especial para mim. Afinal, é aniversário do “nosso mundo”.
Então, primeiro de tudo, eu tinha que falar com ela. E era a melhor hora. Seria através de um sonho. Ela e o marido dormiam tranquilamente e bem agarradinhos. Entrei e comecei a lhe dar um belo sonho.
Caminhando na floresta, até que nos encontramos. Eu não estranhei ao vê-la, porém ela se assustou. Parecia que via a si mesma. Se pronunciou primeiro:
-Quem é você?
-Eu sou a sua Deusa.
-Mas você é igualzinha a mim.
-Eu sei disso. Não dizem que os deuses fazem as criaturas a sua imagem e semelhança?
-Isso é verdade. - ela concordou sorrindo – E o que faz aqui? - perguntou em seguida
-Tenho uma missão para você.
-Missão? Como assim?
-Não será tão difícil quanto quando salvou o planeta. É algo até bem simples e que só a minha maior “imagem e semelhança” pode realizar.
-E o que seria?
-Vamos até a cachoeira e eu te conto com mais detalhes e calma.
Não ficava muito longe de onde estávamos. Fui na frente e ela atrás de mim.
Dava para perceber que ela estava me admirando. Deve ser por conta dos longos cabelos castanhos, como os dela eu vestido branco longo.
-O que foi, Nise? Por que me olha tanto?
-É esquisito ver alguém assim... Tão parecido com você. - respirou fundo – E tão bonita.
-Agradeço o elogio. - respondi
Finalmente chegamos a tal cachoeira, sentamos com os pés na água.
-Então, qual é a missão?
-Sem pressa, agente. - ri – Bem, eu quero fazer uma visita a vocês e quero que organize uma festa.
-Visita? Vocês quem?
-Sim, uma visita a Anelândia para o povo de Anelândia.
-E por que eu?
-Eu quero que seja você. É a melhor para tal. Sei que vai conseguir.
-Se diz isso... Tudo bem.
-Não precisa ser algo glamouroso, o mais simples possível. O mais importante é que todos estejam presentes.
-E quando será?
-Uma data que conhece como “seu aniversário”, mas na verdade é “nosso aniversário”.
Ela apenas assentiu.
-Agora é hora de ir. Já ocupei muito do seu tempo. - falei me levantando
-Mas já vai?
-Sim. Até breve, Nise.
Virei-me e comecei a sair. Neste momento o sonho foi interrompido. Anelise se levantou abruptamente, assustando o marido Seiya.
-O que foi, amor? - indagou preocupado
-Eu tive um sonho e tenho uma missão a cumprir.
Ela saiu da cama e procurou um papel para anotar tudo o que lhe disse. Escreveu recitando o que punha no papel.
Seiya estranhou aquela atitude tanto quanto eu. Chegou perto dela e disse tocando-a:
-Anelise, tá tudo bem? - ela se virou – Você acordou assim e falando essas coisas confusas.
-Desculpe, Seiya. É algo muito importante!
-E o que seria tão importante para você fazer isso?
-A Deusa apareceu e falou comigo.
Ele arregalou os olhos e eu tive que rir. E, pois é, eles me chamando de deusa. Não me acostumo com isso!
-O que ela disse?
-Que virá nos visitar e quer que eu prepare a recepção para ela. Também tenho que chamar todos daqui.
-Uma festa com todos de Anelândia?
Festa não, Seiya. Reunião!
-Quase isso. Não se referiu como uma festa.
-Entendo. Eu te ajudarei.
-Achei que ia falar que era maluquice da minha cabeça.
-Sei lá! Só acredito em você... E nela também.
Ai, Seiya, me sinto lisonjeada! Sabia que também poderia contar contigo.
-Agora, - ele prosseguiu – pode voltar a dormir?
-Claro! - ela sorriu
E os pombinhos voltaram a cama. Uma pena que eles não estavam com vontade de fazer algo a mais.
No dia seguinte, Nise comentou com as amigas sobre o ocorrido.
-Sério? - perguntou Susi
-Acha que mentiria a esse ponto.
-Não deixa de ser bizarro, Nise. - completou Camilly
-E por que justo você? - questionou Jô
-Eu sei lá! Não sei o que se passa na cabeça dela. Também tô querendo descobrir o porquê.
Todas essas perguntas serão respondidas no grande dia. E as outras agentes não tinham acabado o interrogatório ainda.
-E como foi o sonho? - perguntou Susi
-Uma espécie de sonho de mensagem, como se isso fosse uma missão.
Hum... Pode-se dizer que é isso mesmo.
-E o que ela queria? - Cammy dessa vez
-Que preparasse uma recepção para ela. Ou melhor, uma festa! - ela coçou a cabeça – Não uma super festa, algo bem simples. Ela virá nos visitar.
-Visitar? Como assim? - disse jô
-Ela é deusa, pode fazer o que quiser. - respondeu Cácá
-E quer ajuda nisso, Nise? - Cammy se meteu
-Claro! Seiya vai me ajudar, mas acho que não daremos conta de tudo.
Assim, todas elas concordaram em ajudar. Ai, gente, como não amar né? Inclusive os outros maridos também se voluntariam.
Alguns dias depois, eles fizeram uma reunião para decidir, com todos os detalhes, como seria a festa. E como sei sobre seus pensamentos, já sabia como seria festa. Padrões de vermelho e branco, com uns quitutes bem gostosos.
No dia seguinte, as garotas começaram a fazer e enviar os convites. Eles foram de lugares conhecidos até os mais remotos de Anelândia.
Como souberam se mandaram os convites a todos? Simples! Olharam nos registros, que estão sempre atualizados. E obviamente, todos via correio. Também existe correio em Anelândia. E eles funcionam sem nenhuma atraso. A eficiência é a máxima!
Foram chegando aos seus destinos com o passar de mais alguns dias. Todos abertos com curiosidade e depois havia alegria.
Enquanto isso, os organizadores viam o espaço, os adereços, posicionamento de mesas e mais outras coisas que são um bocado chatas de ficar detalhando.
E todos se preocupavam com a roupa que usariam no grande dia. Afinal, um encontro com a sua deusa não acontece todo dia.
Anelise, Camilly, Joenize, Susi, Cammy, Lorranah, Natalia, Luciana e Evelyn foram a uma loja de grife para comprar as melhores roupas. Todas se divertiam, menos Nise. O sonho que lhe dei ainda martelava na sua cabeça. “Como ela pode ser a minha cara?” Ela pensava.
Continuava olhando os cabidos meio desinteressada, não tinha chegado no vermelho ainda. Passava seus dedos por entre os vestidos brancos até que se deparou com um bem simples e parecido com o do sonho. Seus olhos se arregalaram, ela pegou o vestido e correu ao provador.
Vestiu-se e ficou se olhando no espelho. Estava tentando me ver nela. Lorranah abriu a porta do provador.
-Branco, mãe? O que há com você desde que a Deusa falou contigo?
-Este não é para mim, é para ela. É bonito?
-É belíssimo!
-Ótimo! Escolherei o meu agora.
Assim, ela saiu do provador e foi direto para a arara dos vermelhos. Contudo, o seu desfile até lá parou todos na loja.
Aqui, eu faço cosplay delas. E lá, elas fazem cosplay de mim. Haha
Poucos segundos foram necessários para que encontra-se o vestido perfeito. No caminho de volta, foi parada pelas amigas.
-Branco? Que vestido é esse, Nise? - pergunta Jô
-Será o meu presente para a Deusa.
-Mas esse vestido ficou lindo em você. - comentou Cammy
-Eu sei. E ficará nela também, tenho certeza. - estendeu o cabide que carregava – Este é para mim!
Colocou o vermelho e saiu para mostrar. Estava deslumbrante e poderosa e seguindo a teoria dela, eu ficaria também.
Cada uma delas levou um de sua cor favorita. E eu que nem pedi presente e vou ganhar um? Não sou fã de vestidos, mas ela escolheu bem.
E a noite foi mostrar ao marido o que comprou. Seiya ficou maravilhado, ainda mais com o vestido branco.
-O que achou, amor?
-Linda! Lembra o que usou quando nos casamos.
-Também pensei nisso quando o experimentei. - sorriu se olhando no espelho e me vendo nela de novo – Mas esse não é para mim.
-Eu sei! - Seiya riu – Você nunca usaria branco. Alias, eu vi o outro na bolsa e é vermelho.
Anelise colocou a outra roupa e desfilou para ele novamente. Notava o olhar de admiração dele para ela. Parou diante do espelho e se viu com aquele belo vestido de novo. Seiya veio atrás e disse:
-Essa cor sempre combina mais com você.
-Então, aprovado para a ocasião? - indagou se virando para o marido
-Claro!
Sorriram e se beijaram. Obvio que aquilo levaria a algo mais, só pelo fervor do beijo.
-Deixa eu tirar isso aqui antes que o rasgue arrancando-o de mim.
Ele riu e ajudou-a a tirar. Depois fizeram o que interessava.
E assim, mais dias foram passando. Finalmente chegou o “Grande Dia”, o “nosso aniversário”: 30 de Novembro.
O local da reunião era no “marco zero” de Anelândia, a gigantesca mansão principal.
No dia anterior, os organizadores já tinham feito a decoração no salão principal (e da festa). Agora chegavam os quitutes e só. Era o pouco que faltava a fazer.
O meu maior espelho recebia muita felicitações, afinal, era seu aniversário.
As horas foram passando e os anelandenses (acabei de inventar isso) começaram a chegar. Se acomodavam nas mesas, comendo e conversando.
Muitos ali estavam se conhecendo naquele momento. Todos unidos pelo mesmo motivo: esta que vos fala. E finalmente todo os convidados estavam presentes.
E o que falta para essa festa ficar perfeita?
Mandei a mensagem que estava chegando para Nise. Ela imediatamente avisou aos outros que se juntaram em frente ao tapete vermelho, que levava até um trono. Por que caralhos eles fizeram um trono para mim?
Fechei os olhos e me transportei. (Pois é, eu também uso o “Terepoto”.)
Ao abrir os olhos estava diante do portão, do outro lado eles me aguardavam. Respirei fundo e com a maior força que pude, empurrei. O ranger das dobradiças chamou a atenção deles. Os olhares se voltaram para mim. Não gosto disso nem na vida real, imagine aqui.
Comecei a caminhar pelo tapete vermelho e me acompanhavam, só não sei se porquê era a Deusa deles ou porquê eu vestia camiseta, calça jeans, tênis e tinha a minha armação de óculos pendurada no rosto. Cada passo mais eu me aproximava do bendito trono. Olhava para os lados e respondia aos sorrisos e acenos vindo deles.
E realmente estavam todos presentes. Anelise, Cammilly, Joenize, Susi, Seiya, Shun, Ikki, Tom, Lorranah, Natalia, Luciana, Evelyn, Marlin, Jerry, Michirico, Beatriz. Dimitri, Sabrí, Mark, Seiyus, Robert, Luna, Kitty. Caterine, Will, Eric, Skinir, Julie, Maximillam. Jimmy, Samira, Ique, Freire, Píter, Isabelle, Dricow, Kimmy, Jin, Aya. Amora, Carol, Limão, Esquilo, Isa. Mutsu Ike, Kohsaka Ane, Asami, Steven e Victoria Palvichenko, Hayato. Guinevere, Shigure, John, Kyohei, Ethan, Gabriela, Agatha. Sasaki, Mitsuki, Atsuko. Makoto, Kazuko, Takumi, Keiko, Minori, Minami, Shiori, Koichiro. Amélia, Marc. E alguns outros tantos que são desconhecidos pelo mundo.
E lá no final estava ela, trajando o seu vestido vermelho, com um sorriso e os braços abertos. Obviamente, correspondi ao gesto. Eramos do mesmo tamanho, foi um encaixe. Então, falei com ela:
-Desculpe não ser como imaginou e também por não estar do jeito certo para a ocasião.
-Não precisa se preocupar com isso, você é linda! Temos uma roupa e também a única coisa diferente que vejo são os óculos.
Sorri para ela, que chamou as amigas e me puxou para uma sala. Pois é, ela iriam me arrumar.
Pediram para eu colocar o vestido branco. Obviamente, ele coube perfeitamente em mim. Também deram-me sapatos adequados.
Sai de onde me troquei e me encontrei com elas. Todas gostaram. Nise se pronunciou:
-Falta só uma coisinha – e pegou uma fita vermelha, amarrando-a em minha cintura – Pronto! Perfeito!
-Concordo.
-Falta a maquiagem. - chegou Cammy carregando a necessarie
Elas me colocaram numa cadeira e fizeram algo bem básico.
-Ah, mas os óculos vão esconder tudo. - comentou Jô
-Já peguei algo para resolver isso. - falou Cácá
-Lentes de contato de agente, adaptáveis a qualquer um. - disse eu
-Isso mesmo, Deusa.
-E como te chamamos?
-Ia dizer Nise, mas já tem uma. Pode ser Ane mesmo. - falei rindo enquanto colocava as lentes – Pronto, coloquei. Então?
-Maravilhosa! - respondeu meu espelho idêntico
-Tá a cara da minha mãe. - se meteu Lorranah, entrando
-Nós já vamos, filha.
E retornamos. Eu me sentei no trono (gente, isso é um pouco estranho), recebi o microfone após ser anunciada como Ane e todos fizeram silêncio mortal para eu falar.
Isso é tão horrível aqui quanto na vida real. Senti o coração dar uma aceleradinha. Respirei fundo e comecei a discursar:
-Primeiro, obrigada por estarem todos aqui. Fico feliz que vieram aqui só para me conhecer. Segundo, feliz aniversário, Nise.
-Obrigada! E para você também. - ela retrucou
-Alias, é meu aniversário hoje também. Veio um coro de parabéns, nunca recebi tantos simultaneamente – Obrigada! Mas não é só aniversário das Anelises hoje, é de todos nós, é aniversário desse mundo, o mundo de vocês. Não vou ficar aqui fazendo um discurso muito comprido. Vamos comemorar e nos divertir juntos!
Vieram muitos aplausos e eles se dispersaram.
Passei algum tempo com cada um deles. Perguntei como estavam e mais um monte de coisas que se fossem detalhadas ficariam chatas para se contar. E como eu ria. Eles são divertidos do jeito que me lembro. E olha, comi um bocadinho, estava tudo uma delícia.
Depois chegou a hora do show da maior pop star de Anelândia: Cammy. E a banda que a acompanhava também era a melhor de Anelândia: Riot of Hell. E a colaboração entre eles realmente deu muito certo. Cataram músicas que representavam cada núcleo presente ali.
Todos pularam, dançaram e se divertiram com isso, inclusive eu.
E de repente, Cammy me chamou junto a outra Anelise para cantarmos. Já sabia bem o que ela ia pedir.
-O que quer que cantemos? - perguntou Nise
-Obviamente: Mirror Magic! - respondeu
Foi um alvoroço depois disso. Pegamos os microfones e uma troca de olhares bastou. Autorizamos a banda a começar.
Eu nem fazia ideia de que cantava Mirro Magic tão bem. A parte do final foi a melhor, já perdi as contas de quantas vezes a fiz no chuveiro.
“Magic... Magic... Mirror... Mirror... Ah!”
Fomos muito aplaudidas.
Veio outra surpresa logo em seguida, chegou um bolo gigante para nó (Eu e Anelise). Bem, só a outra ficou surpresa, eu já sabia. Acho que não preciso explicar o porquê.
-Saibam que o parabéns não é só para nós usa. São para todos! - soltei antes de começarem
Cantamos parabéns, animados. Foi melhor do que qualquer outro aniversário que tive. Cortamos o bolo e distribuímos.
E geralmente nesta hora que começa a dispersão e vão um a um indo embora. Porém, parece que ninguém queria. Ainda havia uma última coisa reservada para o final.
Chamaram todos ao jardim, era uma bela noite estrelada lá fora. Alguns segundos depois vários fogos de artifício foram subindo e estourando, colorindo o céu noturno. Foi um outro show a parte!
Quando eles findaram foi a minha deixa. Não sei como, mas recebi um megafone e pude me despedir de todos ao ser plenamente ouvida.
-Obrigada de novo a todos por virem. Agora eu partirei.
Entreguei o megafone para um dos organizadores e me dirigi mais ao fundo do jardim da mansão principal, onde ficava o labirinto. Tive que descer uma colina para tal.
Antes de entrar, dei uma última olhada para trás e pude vê-los ainda lá reunidos. Acenei e obtive resposta!
Usei o “terepoto” de novo e a roupa que me foi dada para aquele dia no caminho. Nise pegou depois e deixou em exposição na mansão, com um manequim digno para se passar por mim. Haha
Cheguei ao meu quarto com as mesmas roupas com que apareci lá. Peguei o computador e escolhi uma música para ouvir: Joyful Flower de Minori Chihara.
Enquanto a música tocava acabei me lembrando dos meus filhos queridos que tinha acabado de ver e os momentos que passamos juntos. Mesmo sendo poucos foram maravilhosos.
Quem sabe não faça uma visita a eles de novo em breve.

FIM

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Capítulo 22 - Atitudes

Minha esposa me chamou para o jantar, acabei ficando por lá até a hora de deitarmos. E como eu e nem ela estávamos muito afim, fui ler mais um trecho do diário.
Kazuko, na época do diário, estava completamente chateada comigo. Eu não sabia o motivo (pelo menos até algumas horas atrás) e tinha que resolver isso. Essa anotação data do dia seguinte.

Querido diário,

Está um lindo Sol lá fora, pena que eu não posso sair.
Ontem foi um dia, eu diria, um tanto estranho. Makoto está com umas atitudes que me deixam com a pulga atrás da orelha.
Eu ainda fiquei meio chateada com o ocorrido. Aquele maldito sussurro de nome alheio do Makoto. Ele percebeu que eu estava meio para baixo e tirou o dia para me dar um tratamento digno.
O próprio me acordou, e ao despertar, pude ver que ele trouxe o café da manhã na cama.
-Bom dia, Kazuko! - falou com um sorriso
-Bom dia, Makoto. - bocejei – Para quê isso? - apontei
-Você ficou meio mal ontem, só quero te agradar.
-Obrigada. - sorri
Acha mesmo que seria mal educada ao ponto de não agradecer?
Comemos junto ali mesmo, e em seguida, iria tomar meu banho matinal.
-Por que não usa a banheira daqui?
-Até que não é má ideia.
Adentrei ao banheiro da suíte e enchi a banheira, sem me esquecer de colocar os sais de banho de minha preferência. Tirei a roupa e entrei, sentei e reclinei a cabeça, respirei fundo. Ouvi a voz de Makoto em seguida:
-Eu posso tomar banho com você?
Ele me perguntou? Foi isso mesmo?
-Pode! - não podia responder de outra forma
Ele se despiu e sentou-se atrás de mim, me abraçando. Que coisa desconfortável!
Pôs o queixo na curva do meu pescoço e indagou:
-Por que você chorou ontem?
-Hormônios.
Eita porra de desculpa esfarrapada.
-Entendo.”

Eu realmente caí nessa desculpa. (risos)

Suas mãos estavam sob a minha barriga, acariciando o bebê.
-Engraçado... Você não tem vomitado mais.
-Eu já acostumei. Só tô um pouquinho enjoada porque acabei de comer.
Peguei o sabonete e comecei a limpar os braços e peito.
-Deixa que eu passo nas suas costas. - se pronunciou
Entreguei o sabonete a ele que passou nas minhas costas.
-Quer que eu lave as suas também?
-Deixo você me ensaboar todo. - falou rindo”

Vai dizer que não é bom quando alguém dá banho em você?
Eu estava aproveitando para ter alguns momentos mais afetivos com a Kazuko, afinal, nós teríamos um filho juntos. E também havia essa história de “encararmos isso juntos”. Desde sempre quis ter uma relação mais próxima com ela, e esta estava sendo a oportunidade perfeita.

Realmente, o que deu nele?
Eu me enxaguei e passei o sabonete em Makoto depois.
Fui ao meu quarto e troquei de roupa. Dirigi-me a biblioteca e peguei alguns livros de gravidez, tudo por curiosidade. E não esqueci do meu chá.
Fiquei algumas horas lendo, sentada no sofá. Não percebi o tempo passar, só ouvia Makoto mexendo com as panelas e outras coisas. Também sentia o cheiro da comida. Ele me chamou:
-Kazuko, almoço.
-Não sabia que você fazia sopa.
-Keiko me ensinou. Temei para acertar, agora sempre dá certo.
Era uma simples sopa de legumes, mas que estava uma delícia. Eu até repeti, coisa que não costumo fazer.
-Parece que tá com fome, hein.
-Acho que comendo por dois, não é uma coisa estranha. - soltei um bocejo – E também esse sono interminável...
Makoto sorriu.
Eu saí da mesa e me deitei no sofá. Acabei adormecendo. Acordei com Makoto me chamando e me pedindo para trocar de roupa. Íamos dar uma volta, já que ele estava sem a costumeira “roupa de casa”. Fiz conforme ele disse. Parecia que preparara algumas coisas para comermos. Será que iríamos tão longe assim?
Ainda era o meio da tarde quando saímos. Makoto saiu da cidade e começou a subir a montanha. Curvas e mais curvas. Elas estavam me deixando enjoada. Já conhecia aquele caminho, só não recordava dele tão nitidamente. Fomos para lá durante a noite. O mesmo lugar onde vislumbrei a vista noturna da cidade.”

Pois é, eu e Kazuko gostamos muito deste lugar. Já perdi as contas de quantas vezes fomos lá.

Chegamos, e ele estacionou o carro, tirando as coisas da mala em seguida. Montou um piquenique em baixo de uma das árvores.
Olhei surpresa para ele.
-Piquenique, Makoto?
-É! E também veremos o pôr-do-sol. Que foi? Que cara é essa?
-Eu nunca fiz um piquenique antes. Bem, do “meu lado da cidade” mal tem árvores.
-Sei disso! - sorriu – Porém, nunca é tarde para uma primeira vez. - fez um gesto para que me sentasse – Trouxe uns sanduíches, sucos, frutas e bolo
-Oba! - comentei”.

Vocês devem ter uma curiosidade sobre como é o “meu lado da cidade” que Kazuko tanto falava. Permitam-me esclarecer.
A cidade onde moramos, Ioma, é dividida em dois lados: O “rico” e o “pobre”.
O lado rico é constituído por muitos prédios altos e mais adiante, as casas. Podemos ver o céu limpo por entre os prédios cinza-claro. As ruas são limpas, claras, com árvores e bastante trânsito. Muitas pessoas dia e noite. Já o lado pobre, também tem muitos prédios e casas. Porém, não há quase natureza alguma. O céu lá é sempre cinzento e chove na maioria dos dias. As ruas são cheias de sujeira. Realmente lá tem um ar mais sombrio, principalmente à noite, quando as ruas são mais vazias e os centros de escravos estão abertos.

Comi algumas coisas e o sono veio, outra vez. Bocejei.
-Quer descansar? Deita aqui. - falou Makoto, sinalizando o seu colo – Só não durma, senão vai perder o Sol se pondo.
Bem, era melhor deitar no colo dele do que na toalha esticada na grama. Assim o fiz, e ele começou a mexer em meus cabelos e perguntou (algo até normal pelas circunstâncias, mas estranho por ser para mim):
-Então, Kazuko, você pensou em um nome?
-Nome?
-Para o nosso filho.
-Ah, pode ser o nome que você quiser.
-Mas não chegou a pensar em nenhum?
-Pensei sim. Se for menina: Kimiyo. Se for menino: Kazuhito.
-Eu gosto de Takumi.
-Takumi? É um belo nome.
-Sempre imaginei que teria um filho com esse nome, mas gostei dos que escolheu.
-O próximo pode se chamar Takumi.
-Próximo? - ele quem se chocou dessa vez
-Não vai querer outro no futuro?
-Claro que sim! - ele respondeu, encabulado – Mas não é hora de pensar nisso.
-Eu só comentei, Makoto. - falei rindo
Ficamos alguns minutos em silêncio.
-Olha, Kazuko, hora do pôr-do-sol. - ele me chamou
Levantei, e passamos a observar a paisagem. Eu vi o Sol se escondendo devagarzinho por entre as montanhas. Era laranja e amarelo, misturado com o verde das árvores. Uma vista tão bonita quanto as luzes noturnas do outro dia. Nunca vi o Sol se pôr de maneira tão nítida e bela. É muito difícil vê-lo por entre todos os prédios. Eu me permiti chorar, não sei o porquê, só chorei.
-Kazuko, tá tudo bem?
-Tudo bem, Makoto. - respondi, enxugando as lágrimas – Eu jamais vi nada igual a isso na minha vida.
Ele me abraçou, me consolando e proferiu em seguida:
-Acho que viver do lado pobre da cidade te privou de muitas coisas simples.
Não disse mais nada depois disso. Eu chorei por mais uns minutos e quando já estava escuro, voltamos para casa.
Comi mais um pouco da sopa e fui ver algo na televisão e acabei pegando no sono. Despertei sentindo o meu corpo sacudir, como se se alguém me carregasse. E era isso mesmo. Makoto me levava até a cama. Ele viu que eu abrira os olhos:
-Desculpe. Eu te acordei. Já vai poder dormir de novo, estamos chegando.
Ele abriu a porta do meu quarto com o pé, já que estava entreaberta. Colocou-me na cama e se deitou ao meu lado. Desejou-me boa noite, me deu um beijo na testa e eu apaguei de novo.
Levantei hoje com ele me chamando. Fizemos todas as coisas rotineiras e antes de se despedir, ajoelhou-se diante de mim e beijou a minha barriga. Tudo bem que eu permiti, só que eu fiquei muito envergonhada da Keiko ter visto essa cena.
-Ai, ai. Nunca imaginei que o Makoto fosse fazer isso. Ele parece estar tão feliz pelo bebê.
Eu sorri, concordei e depois, vim para cá.
Bem, diário, agora cuidarei dos meus outros afazeres.”

E a anotação terminou, com um enorme bocejo na sequência.

Pus o diário na mesa de cabeceira e me ajeitei para dormir. Tinha trabalho no dia seguinte.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Capítulo 21 - Sociedade

Na manhã seguinte, eu tive um julgamento e retornei mais cedo para casa. Falei com Kazuko e Keiko. Dei um beijo no meu filho. Tomei banho apenas para relaxar e fui descansar mais ainda lendo outro trecho do diário.
Oi diário,
acabei de voltar de festa de aniversário do chefe de Makoto: Yuuki. Mas tenho coisas a contar antes disso!
Acordei com Makoto na mesma posição. Tirei o braço dele e fui ao banheiro. Tomei banho com o sonho que tive na cabeça. Sonhei com um possível futuro parto, com todos a minha volta, me sufocando. Gritando para eu empurrar o filho do Makoto. Quando ele finalmente saía, todos se voltavam para ele e me esqueciam. Eu ficava ali, ofegante.
Olhei para a minha barriga e falei:
–Espero que não seja assim, bebê. - coloquei a mão – Não será como naquele sonho.
Saí, fui colocar uma roupa. Coloquei a calcinha e decidi me olhar no espelho. Notei o quanto meus seios estavam maiores e também doloridos. Virei de lado e pude perceber a protuberância da minha gravidez aparecendo. Percebi muitas mudanças no meu corpo em apenas algumas semanas.
Ele levantou e veio atrás de mim no espelho.
–Bom dia, Kazuko.
–Bom dia, Makoto. - falei me virando para ele
–Eu não tinha visto o quanto seus seios aumentaram.
–Não só os seios, o corpo todo praticamente.
–É, você engordou um pouquinho. - pegou em meus ombros e me pôs em direção ao espelho – Mas é por uma boa causa: Nosso filho. - colocou a mão na barriga, abraçando-me por trás
–Nosso não, Makoto, só seu.
–Nosso sim. Esqueceu que estamos junto nisso?
–Não me esqueci.
Posicionei minha mão sobre a dele, sorri e uma lágrima caiu do meu olho direito. - ele olhava para através do espelho.
–Não precisa, Makoto. - respondi, rindo – Eu preciso comer, para tomar o meu chá.
–Tudo bem.
Então fomos tomar café, e Makoto me disse da festa de mais tarde.
O resto do dia se passou normalmente, até que nos arrumamos e saímos para a festa.
Não era muito longe, logo chegamos. O chefe de Makoto também morava na cobertura do seu prédio. O apartamento estava cheio. Makoto desejou parabéns ao chefe e lhe deu o presente. Em seguida, fui falar com ele.
–Obrigado, Kazuko. Parabéns a você também, pelo seu bebê.
–Obrigada.
–Bebê? Como é? - era Yoko, ela aparecera
–Boa noite, Yoko. - falei – Eu estou grávida.
–Ora, meus parabéns!
Sorri, agradecendo.
Revi pessoas que foram ao aniversário de Makoto e conheci muitas outras. Nunca recebi tantos parabéns na minha vida, nem no meu aniversário.
Ele foi conversar com outros, e fiquei sentada no sofá. Só que eu tenho essa cara de escrava e chamo atenção das pessoas. Dessa vez foi da Yoko e as amigas dela. Elas se sentaram ao meu lado e à minha frente.
–Está de quantos meses?
–Acho que um mês e meio, quase dois.
–E é escrava do Makoto há quanto tempo?
–Menos de seis meses.
–Nossa, você é apresadinha em.
–Pois é, meu marido achou cedo eu ter engravidado no segundo ano de casamento.
–E tem uns três anos que estou tentando ter o meu segundo.
–E como fez para conseguir tão fácil? - outra me indagou
–Ora, só esqueci de tomar o anticoncepcional.
–O quê? Não foi intencional?
–Nem um pouco.
–Poder da juventude.
–Enquanto isso, Yoko está tentando ter o dela.
Yoko fechou a cara, detestando aquele comentário. Seu olhar se encontrou com o meu, me fuzilando. Senti o ódio que carregava. E fiquei tentando entender o porquê desse olhar ser para mim. Quem falou foi a amiga dela, não eu.
Não quis continuar ali, parecia que o se assunto se estenderia mais ao ponto de ficar desfavorável para mim. Pedi licença, educadamente, e me isolei na varanda daquela cobertura. Fiquei apoiada na sacada observando o céu noturno. Podia ouvir o som dos carros lá em baixo e também as vozes atrás de mim. Percebi alguém se aproximar e falar comigo.
–Kazuko, o que faz aqui?
–Apenas aproveitando a vista, senhor...
–Me chame de Yuuki. Mas meu sobrenome é Shimono. - falou sorrindo – Elas te pertubaram muito?
–Só aquela indagação infinita que é muito comum na minha vida. Perguntam como aconteceu, o que Makoto achou e de quanto tempo estou. Não é mais fácil simplesmente entender que estou grávida e ficar sem fazer perguntas?
–Nem faço ideia de como se sente, mas a Yoko pareceu um pouco perturbada com essa notícia.
–Deve ter notado a maneira que ela me olhou.
–Ela também falou comigo. Ela se sente impotente quando vê que alguém engravida e ela não.
–Tem muito tempo que tentam?
–Desde que nos casamos. Até adotamos o Hiro. Nós o amamos muitos, porém ele não supriu a vontade de ter um filho biológico. E bem... Ela ficou meio revoltada com a facilidade com a qual você conseguiu.
–Yuuki, eu lamento por vocês, mesmo não gostando tanto da Yoko.
–Já sei dessa história. - riu – Mas vamos parar de falar de coisas tristes, afinal, hoje é meu aniversário. E eu sei que um dia terei o meu filho em meus braços e você, em breve, também terá o seu.
–Assim será, Yuuki. - respondi sorridente
–Vou voltar para dentro, tenho que dar atenção aos meus convidados.
Yuuki retornou a festa. Outra pessoa foi a varanda: Makoto.
–O que conversava com o meu chefe?
–Nada demais.
–Não estavam falando mal de mim, né?
–E o que eu diria de mal sobre você?
–Eu sei lá qualquer coisa.
–Estávamos falando da Yoko. Há anos ela tenta ter um filho e não consegue.
–Eu já os aconselhei a fazer inseminação artificial, contudo a Yoko ainda quer que seja do jeito tradicional.
–Ela tem algum problema?
–Não que eu saiba. Só sei que ela abortou algumas vezes quando mais jovem.
–E agora que quer, não consegue.
–Bem por aí.
–Foi por isso que quis ficar com ele? - coloquei a mão na barriga
–Pode ser que você queria um filho no futuro, um aborto acaba machucando o seu corpo e prejudicando as futuras chances. Pode ser que eu queria mais um filho no futuro e não tenha sucesso. Então essa não teria sido uma oportunidade jogada fora. E é injusto com a vida que está se formando... Interrompê-la assim.”
Deu para notar, claramente, que eu sou contra o aborto, não é?
Acho que Kazuko entendeu que se ela engravidasse dez vezes, terias os dez filhos. Não permitiria que abortasse.
Já vi muitos casos parecidos com de Yoko. Abortaram antes e depois ficavam sofrendo na tentativa.
É melhor não brincar com o destino e com a sorte. Eles podem não querer colaborar de novo.
Não fazia ideia de que ele pensava assim. Sinto-me bem sabendo que levou em conta os três lados da situação.
Um silêncio se fez, não tinha o que responder. Depois, soltei:
–Entendo. Não seria uma coisa boa matar essa criança.
Makoto sorriu e me abraçou, de forma bem parecida daquele dia lá na estrada, quando víamos toda a cidade do alto. Entramos em seguida.
Durante o resto da festa fiquei junta a Makoto, apenas acompanhando a conversa dele com seu chefe. Dava para perceber que elas eram bem amigos.
Uma mulher prestava muita atenção onde estávamos, e a todo momento olhava para Makoto. E Makoto também trocava olhares com ela. Acabou indo falar com ela e não tive como não perguntar para Yuuki:
–Quem é essa?
–É Kobayashi Kana, amiga da minha esposa. E se não me engano, ela e Makoto já namoraram.
Isso é um mau sinal. “Pode ser que tenha que dormir sozinha hoje”, pensei.
Pude ver que a conversa era bem íntima. Isto poderia me causar problemas. Aliás, o que não poderia me causar problemas pelo simples fato de ser escrava?”.
Permitam-me explicar está última observação da Kazuko. Afinal, por que tudo é problema para uma escrava?
É justamente por ser uma posição de impotência e risco constante.
Se uma escrava engravida: problema.
Se uma escrava se rebela: problema.
Posso ficar aqui citando várias situações, mas o que Kazuko quis dizer é que aquela mulher com a qual eu conversava poderia lhe causar problemas.
Quando o dono se relaciona, a escrava corre o risco de ficar de lado, esquecida. Isso, de certo ponto de vista, é ruim. O dever da escrava é satisfazer o dono. Porém, se o dono já tem um outro alguém para isso, pode acontecer a alforria do escravo. Isso é bom! Só que considerando o fato de que alguns largam os estudos, como vão seguir a vida?
É algo, inclusive, bem relativo. Cada um pensa de um jeito. Então, levarei em conta o que minha própria esposa disse: “Eu me sinto vulnerável”. Se sente desesperada e com medo de qualquer coisa que acontecer.
Makoto ficou um bom tempo conversando com ela. Após isso, cantaram o parabéns e cortaram o bolo. Voltamos para casa.
Ao chegarmos, tomei um banho, Makoto também. E fez algo bem fora do padrão dele depois disso. Agarrou-me e atirou-me na cama. Despiu-me e fez umas preliminares bem básicas e penetrou. Assim, seco e grosso!
Foi um sexo básico e sem graça. Ele só queria descarregar. Obviamente porque viu a ex e deve ter fantasiado com ela. Ficou mais claro ainda quando balbuciou o nome dela antes de gozar.”
Eu nem me lembro disso. Que merda! (risos)
Com outro sussurro ao nome dela foi ao lado vazio da cama.
Eu me senti péssima. Tudo bem que nunca foi algo que me completasse. Sempre sinto um vazio quando as transas acabam. Só que nessa hora, o vazio foi bem maior.
Normalmente, eu me sinto um objeto. Mas ao ouvir o nome de outra pessoa, piora essa situação.
É muito complicado de explicar!
Olhei para o teto escuro, com uma enorme vontade de chorar. Não queria que ele me visse! Levantei e caminhava a porta do quarto. As lágrimas começavam a escorrer. Makoto me chamou.
–Kazuko, aonde você vai? - falou, pegando no meu braço e então, percebeu – Espera aí! Tá chorando?
–Não é nada, Makoto. Só preciso ficar sozinha.
–Vem cá!
Tentei protestar, mas ele me alojou em seu peito, me abraçando. Começou a acariciar meus cabelos e foi aí que eu realmente desabei.
Ele não falou nada, não perguntou nada. Só permitiu que eu chorasse em seu ombro.
Quando eu me acalmei, voltamos a nos deitar. Makoto me obrigou a dormir sob o seu peitoral. Por que ele está com essas atitudes agora?
Esperei ele cair no sono e dei uma escapada para escrever aqui. Eu precisava colocar o que sentia para fora. E o único lugar possível é aqui.
Agora partirei, pois preciso dormir. E também ele não pode perceber que eu fugi. (risos)”
Kazuko entrou no quarto e me chamou para ficar com ela e Keiko lá na sala.
–Você tá muito isolado. - foi o que ela disse
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