Cheguei
do trabalho uma meia-hora depois. Tomei uma ducha rápida e jantei.
Keiko foi embora em seguida. Kazuko me deixou tomando conta de Takumi
enquanto se arrumava para mim. (risos) Nosso quarto é suíte, então
ela estava no cômodo ao lado.
Eu
brincava com Takumi, que ria sem parar. Logo ele fará uns seis
meses. Ainda me lembro bem do dia em que ele nasceu e como eu me
senti. Era o homem mais feliz do mundo, sorrindo que nem bobo por
conta de uma pessoa tão pequena. Takumi não é aquele tipo de bebê
que chora por qualquer coisa. Poucas vezes ele nos acordou de
madrugada ou adoeceu. Cada dia mais ele cresce e se parece mais
comigo.
Logo
Kazuko saiu, pôs Takumi para dormir e nós fomos nos divertir um
pouco. Ainda era cedo quando acabamos, provavelmente teria um segundo
round. Enquanto descansávamos, fui ler mais trecho do diário.
“Diário,
Eu
e Makoto acabamos de voltar da primeira consulta com a Rin. Mas,
antes disso contarei o resto do meu dia, como se fosse muita coisa.
Acordei
enjoada e vomitando. Já estou me acostumando com isso!
Consequentemente, por conta da náusea, não comi muita coisa. Keiko
até se mostrou preocupada comigo.
-Kazuko,
você tem comido tão pouquinho. Tem ficado muito mal?
-Sim,
Keiko, bastante enjoada. Como pouco para não vomitar.
-Sei
que logo isso passa, mas não quer alguma coisinha para te ajudar a
enfrentar essa fase melhor?
-Se
eu puder, Keiko.
-Começarei
a te dar um chá que eu tomava enquanto esperava a Mio.
Ela
olhou para Makoto pedindo permissão. Ele assentiu. Antes de sair
para o trabalho, me falou:
-A
consulta na Rin é hoje. Preciso que esteja pronta na hora.
-Tudo
bem, Makoto.
Despedimo-nos,
e ele bateu a porta. Keiko imediatamente foi preparar o chá. Ela me
ofereceu uma xícara. Bastou esta que eu me senti bem melhor. Por
conta disso, consegui fazer minhas coisas normalmente. Próxima à
hora de Makoto voltar, me arrumei, só para não dizer que
simplesmente troquei de roupa e foi pela primeira que vi no armário.
Ele
pontualmente chegou. Beliscou alguma coisa para tampar o estômago, e
saímos. Normalmente não conversamos nas viagens de carro, só que,
dessa vez, Makoto resolveu puxar assunto.
-Como
foi seu dia, Kazuko?
-Foi
bem, Makoto.
-O
“chá milagroso” da Keiko te fez ficar melhor?
-Sim!
Só com uma xícara.
Ele
riu e comentou:
-Keiko
e esses remédios naturais, melhores que médicos.”
Keiko sempre foi boa com esse tipo de coisa. Desde a minha infância
ela recitava chás e mais chás de vários tipos de ervas e folhas.
Apenas os ricos podem se dar ao luxo de tomar chá, é algo muito
caro, pois há pouco campo e este fica distante.
“Eu
ri do comentário.
Poucos
minutos depois estávamos na sala de espera do consultório da Rin.
Maioria, para não dizer todas, das que estavam ali eram mulheres de
classe alta, muito bem vestidas e ostentando suas barrigas. E elas me
observavam. Eu tenho essa cara de pobre e chamo muita atenção,
ainda mais pelas minhas roupas. Elas são bem simples.
Essa
sensação de ser observada é horrível. Eram olhares de indagação
e reprovação. Algo como: “Essa pobretona aqui. Ainda mais com
esses trajes.”
Ainda
esperei por uma hora sob aqueles olhares, todas foram antes de mim.
Meu horário era o último. Rin finalmente me chamou. Cumprimentou a
mim e Makoto, depois falou:
-Todas
as outras que vieram antes perguntaram de você. Coisas que já deve
saber o que são.
-Essas
pessoas preconceituosas, nunca tomarão jeito.
-Mais
da metade das que vêm aqui não sabem que eu sou ex-escrava. Ainda
bem! Minha credibilidade é pelo meu trabalho e não o meu passado.
Respondi
com um sorriso, e ela trocou de assunto.
-E
então? Como está?
-Bem.
Só estou com muito enjoo, que felizmente descobri uma solução
hoje.
-Algum
chá, eu suponho.
-Isso
mesmo!
-Vamos
para a outra sala. Pode vir também, Makoto.
Fui,
e Rin pediu para me deitar naquela cama com os apoios para as pernas.
Ela examinou-me. Olhou a minha dita cuja, apalpou meus seios e depois
falou para eu ir na mesma máquina que confirmara a minha gravidez
duas semanas atrás. Apenas se ratificou de estava tudo bem com o
bebê. Passou alguns exames para eu fazer e teve uma conversa com
Makoto.
-Dra.
Saho, gostaria que passasse uma dieta para a Kazuko, para que ela
tenha todas as vitaminas necessárias.
-Claro!
Só que ela ainda está um pouco instável. Temos que esperar esse
primeiro trimestre passar. Aí nós teremos uma gravidez mais estável
e com condições para isso.
Ele
concordou e saímos em seguida. Nós jantaremos e dormiremos depois.
Até
amanhã!”
Aconteceu o segundo round depois do término da leitura! (risos)
Só tive tempo de continuar no outro dia, à noite, pois, diferente
de ontem, havia muito trabalho no escritório.
Cheguei à casa, tomei um banho e fui ler mais algumas anotações do
diário. As que eu li equivaleram a uma semana.
Eu podia ouvir Kazuko e Keiko conversando na cozinha. Takumi dormia
ao meu lado. Virei a página e prossegui a leitura.
“Querido
diário,
eu
finalmente estou me acostumando com a gravidez, ou melhor, meu corpo
está. O chá da Keiko, que tomo todo santo dia, me ajuda a conter os
enjoos. Tão bom poder acordar, me espreguiçar e não precisar
correr para o banheiro.
É
sexta hoje. Não sei por que ele chegou mais cedo. Pediu para eu me
trocar, pois iríamos sair.”
Era uma surpresa. Mas como tem uns anos que aconteceu, eu conto:
Fomos comprar umas coisas para o bebê.
“Descemos
e chegamos a uma zona comercial. Paramos em frente a uma loja de
gestantes e bebês. Totalmente óbvio o motivo. Só não achei que
viríamos tão cedo.
-Que
careta é essa, Kazuko?
-Não
é nada. Só não esperava que viéssemos aqui, sabe. Ainda não
tenho barriga aparente.
-Nunca
é cedo para isso. - sorriu e me estendeu a mão – Vamos?
Essa
foi uma atitude um tanto quanto estranha dele. Eu não evitei de
fazer outra careta. Em que universo uma escrava anda de mãos dadas
com seu dono?
Foi
uma cena engraçada. Ele parado com a mão estendida, e eu olhando
para ele, sem reação.
-Me
dê logo a sua mão, a loja é muito grande, podemos nos perder.”
Desculpa esfarrapada minha! (risos)
“Era
um argumento muito ruim, mas eu aceitei. Acho que não tem nada
demais em caminhar de mãos dadas, desde que a outra pessoa não seja
seu dono. Porém, foi como uma ordem!
Entramos.
A loja tinha três andares, o primeiro só de roupas, o segundo de
móveis e a terceira de cômodos modelos. Começamos pelas roupas de
bebê. Tinham de diversas cores e estavam separadas de uma maneira
que eu não gosto.
-De
onde veio essa ideia de azul para meninos e rosa para meninas? Isso
me irrita.
-Da
indústria. Acham que rosa é uma cor delicada como as mulheres, mas
o azul é tão delicada quanto. Maldito sexismo!
Eu
me recordo quantas vezes eu repeti essa pergunta e ninguém nunca me
deu uma resposta dessa. Ou era “Porque é assim.” ou “Não faça
esse tipo de pergunta idiota.” Não pude evitar de sorrir.
-Que
foi?
-Nada.
Só não esperava essa resposta.
-Mas
é verdade.
E
acabamos rindo juntos. Ele esticou a mão, e eu nem exitei em
pegá-la.
Continuamos
passeando pela loja. Makoto sugeriu comprar uns vestidos para quando
minha barriga ficar maior. Devo ter levado uns vinte, além de
algumas roupinhas. Nos outros andares apenas demos uma olhada, pois
compraríamos algo dali depois. Voltamos para casa.
Mais
tarde, eu estava distraída guardando as coisas recém-adquiridas
numa das gavetas do meu quarto. De repente, Makoto entrou.
-Eu
disse que não era para você ficar sozinha.
-Ah,
desculpe, Makoto. Só vim guardar aqui rapidinho. Já vou deitar.
Era
tão tarde que ele já vestia a sua roupa de dormir.
-Não
precisa, podemos ficar aqui hoje, depois de... Você sabe.
-Sei
bem, Makoto. Só de ter vindo até aqui, eu sei que você quer.
Então,
ele se jogou na cama, com os braços sob a cabeça. Isso é, também,
um outro sinal. Eu já sei quais são, todos eles.
Arranquei
a cueca dele e fiz um oral nele, daquele jeito de sempre. Lambendo,
mordendo e chupando. E pela primeira vez, ele gozou nessa etapa.
Mandou-me engolir aquilo. Que nojo!
-Deita,
Kazuko.
Obedeci.
Ele acariciou meus seios e a parte de baixo e simplesmente penetrou,
fez um movimento de vai-vem. Eu apenas gemia por conta das fortes
estocadas que dava. Após alguns minutos, ele terminou e se ajeitou
no outro canto da cama. Desejei-lhe boa noite e virei para o lado da
janela. Ele não respondeu. Senti-o colar o seu corpo no meu, me
abraçando.
-O
que foi, Makoto?
-É
que eu... Nunca senti o bebê.
-Nessa
época não dá direito, ainda mais no meu estômago. - puxei a sua
mão e pus no lugar certo – É aqui!
Ele
fez um pouco de carinho e questionou na sequência:
-Tem
algum problema dormirmos assim?
-Não,
Makoto.
-Boa
noite.
Respondi
e adormecemos.
Estou
até agora tentando entender o que foi isso.
Opa,
Makoto me chama, preciso ir.”
Fechei o diário.
Esse comentário da Kazuko é justificável. Era a época em que
comecei a me apaixonar por ela, sem perceber, achava que as minhas
demonstrações de afeto eram por causa do bebê. Contudo, num futuro
não muito distante daquele, eu perceberia o que realmente sentia.
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