Caille
era só uma nova maga do colégio, seu elemento principal era a água
e sua magia era bem forte, principalmente se ela a transformasse em
gelo. Dias se passaram desde sua chegada e seu treinamento continuava
no mesmo nível, até que resolveu chamar algum mago para uma
batalha, e já até sabia quem seria esse... Dimitri!
Dimitri,
um mago que veio da dimensão humana, é um mago grande elemental.
Ele é capaz de canalizar todos os elementos, mas seu principal é o
fogo. Ele ainda está em treinamento, mas tem uma grande força e
potencial.
Poucos
dias se passaram desde sua decisão, a aula já havia acabado, mas
Caille ainda treinava. Sabia que alguém notaria sua falta, ou não...
Dimitri
percebeu que estava faltando alguém na hora da saída. Pediu para
seus amigos irem na frente e retornou a sala de treino, pois ele
sentiu uma energia vinda de lá. Então, encontrou Caille treinando.
–Treinando
até mais tarde de novo, novata?
–Algum
problema com isso veterano? - Falou arrogante, dando ênfase na
última palavra. Parou de treinar e o encarou.
–Problema
algum. Só acho que você se força demais. Sempre que te vejo fora
de aula, está treinando. Não que treino seja algo ruim, mas uma
hora nem sua magia e nem seu corpo aguentam. - disse meio preocupado
com o que ela iria achar
Seu
rosto foi tomado por um rubor aproximado a cor de seu cabelo. - Me
forço demais... - Aquelas palavras rondaram sua mente por alguns
segundos fazendo-a esquecer de seu objetivo. Balançou a cabeça a
fim de tirar isso de sua mente e falou confiante. - Dimitri, e-eu te
desafio!
–Desafio?
Para uma luta deve ser. Ok, eu aceito. - Disse curto e direto
Eles
estavam em cima da arena. Dimitri foi para uma ponta e Caille para a
outra, a fim de começarem o duelo.
Sendo
aquela que deveria fazer o primeiro movimento, então, criou uma
barreira de água que em seguida lançou em Dimitri.
Dimitri,
que estava em postura de luta, olhou a barreira se aproximar dele e
segurou-a e reverteu o ataque de volta a adversária.
Caille
não só esquivara da reversão que Dimitri causara em seu ataque,
como também recuperara o controle da barreira e com um giro, mudou
sua forma para uma fita.
–Uh...
Gostei disso! - disse Dimitri sorrindo
Sem
se mexer, Dimitri usou o chão da arena para conjurar uma mão, cuja
agarrou Caille. Foi uma habilidade normal para ele.
Com
um simples movimento, transformou a fita em um tipo de chicote de
gelo, que usou para cortar a mão que a segurava, fazendo-a voltar ao
que era antes.
Dimitri
ficou perplexo com o que acontecera. Ele subestimara Caille e o todo
o seu poder, era um nível quase ou até maior que o dele. Tudo bem
que, o jovem mago não sabia o histórico dela. Se como ele só
descobriu os poderes na adolescência ou convive com eles desde
criança. Ele consertou o chão e ficou esperando um movimento da
parte dela.
–Parece
que percebeu o resultado dos meus treinos! - Transformou a fita num
bastão e o lançou na direção do garoto.
Dimitri,
rapidamente, rolou para o lado e a lança fincou-se e trincou a
parede. Com a adversária vulnerável, ele jogou uma lufada de fogo
na direção dela e se aproximou. Como o fogo próximo ao rosto,
Caille só soube a posição dele quando este agarrou seu braço.
Porém, ele não desferiu nenhum golpe físico contra ela, apenas
falou:
–Quase
que me pegou em! Sorte que eu sempre tive bons reflexos, diferente de
você.
E
prendeu-a pelo pés com a terra da arena.
–O
qu..? - Quando percebeu, estava presa no chão da arena pela magia de
Dimitri. - Bom. - Uma forte ventania emanou de si, mas não atingiu
Dimitri, simplesmente, deslocou toda a terra que cobria seus pés.
Mas um pequeno descuido a fez tropeçar e cair de cara no chão.
–Ainda
é desajeitada. - Dimitri disse rindo e estendendo a mão para
ajudá-la. - Desculpe rir de você. Vamos voltar a luta!
O
jovem mago deus uns 4 passos para trás e começou a flutuar. Em
seguida, conjurou uma barreira de ar em torno de si. E do mesmo jeito
da primeira vez que a fez, seus cabelo se mexiam rapidamente dentro
dela. Era mais um mecanismo de defesa antecipada e muito boa por
sinal.
Levantou-se
e se posicionou novamente. Abriu os braços e duas fitas de água os
envolveram. Começou a bater na barreira que o outro havia conjurado
a pouco com velocidade.
O
som que as fitas faziam ao bater na barreira ecoavam nos ouvidos de
Dimitri e ele tinha medo que a barreira fosse quebrada. Se esforçava
ao máximo para mantê-la, pois o som o perturbava. Tentou pensar na
meditação que fazia com seu pai e aumentar o poder que emanava.
Isso fez com que ele tomasse uma decisão, assemelhar os elementos.
Transformou a barreira de ar em uma de água.
Recuou
devido a junção de magias que o outro havia feito. - Belo truque. -
As fitas que estavam em seus braços tomaram uma coloração escura e
ela tornou a bater na barreira. Com alguns poucos golpes, os
elementos das fitas e da barreira se misturaram.
Logo
o menino dentro da barreira viu que misturou água com a terra. E uma
ideia de supetão surgiu em sua mente. Então usou passou a absorver
a água daquela lama. Começou secando a sua barreira e se fechando
nela. Com "o poder da imaginação" que Seiyus ensinou, com
o som para guiar, ela também retirou a água das fitas de Caille. No
segundo seguinte, saiu do cásulo de terra seca, explodindo-a.
Antes
que a terra a acertasse, Caille se virou, criando ao mesmo tempo uma
barreira de ar que se juntava a água das fitas em seus braços. Ao
sentir que a terra parava de ser jogada em si, levantou.
Toda
aquela explosão e pedaços de terra voando causou enormes estrondos,
que chamou a atenção do lado exterior. Mark, Sabrí e Seiyus
estavam próximos ao portão da escola. Os três viram-se e Mark,
temendo por seu amigo, resolveu ir até lá. Afinal, ele sentia que
Caille tinha algo escondido e amedrontava-se ao pensar no que seria.
Dimitri
ficou de pé ao sair da barreira e viu que sua rival se defendera
muito bem! Não pode evitar de se sentir satisfeito.
–Acho
que essa luta vai ser bem longa! - Conjurou braços de ar em suas
costas, quase como vetores, que foram na direção de Dimitri. Como
eram quase invisíveis ele não pôde se esquivar. Mas ao contrário
de um golpe, os vetores simplesmente começaram a fazer cócegas no
garoto.
Dimitri
caiu no chão de tanto rir e se debatia. Nem um grande elemental
podia resistir a cócegas. Nesse meio tempo, Mark apareceu e gritou:
–Dimitri,
está tudo bem? - Ele viu Dimitri se batendo e viu Caille parada de
braças cruzados - Caille... O que vocês dois estão fazendo? Eu
ouvi um barulho lá de fora e não pude evitar de não vir para cá.
Caiu
no chão rindo. - Era.. um... desafio! - Falou tomando fôlego. - Aí
não resisti e resolvi fazer cócegas nele .
Mark
arqueou uma sobrancelha para Caille. e pensou: "Ela tem sérios
problemas. Por isso não vou muito com a cara dela."
Enquanto
isso, as cócegas perdiam um pouco o efeito em Dimitri. Ele pediu
"Para e para!". Mas ele ainda não conseguira se livrar das
mãos semi invisíveis.
–Ei,
eu não tenho problemas! – Levantou chateada e desfez a magia.
O
grande elemental se sentiu aliviado pelo fim daquele tormento.
Levantou e agradeceu o amigo por tê-lo acudido. Mark, então, disse:
–Se
o Dimitri estava conseguindo batalhar com você, quer dizer que você
é boa. Que tal um desafio comigo?
O
falso grande elemental adorava uma batalha rotineira, apenas para
esquentar sua magia. Seu poder Kinato fervilhava só de pensar em
quão divertido seria.
Respirou
fundo e o encarou. – Tudo bem.
Mark
poderia até ter uma cara de pacífico e piedoso... E ele era. Mas
ele também era um grande mago que não tinha pena quando não
precisasse.
Dimitri
decidiu descer da arena e sentar-se próximo para assistir a batalha.
Aos seus olhos seria um grande aprendizado.
Preparou-se
mentalmente para a luta, Mark dominava a água, assim como ela, e
isso poderia ser um problema.
Mark
olhou bem para a adversária e para a arena a sua volta. Olhou para
trás e sorriu para o amigo. Fechou os pálpebras! Ele só lutava
assim. Era como se fosse cego e pudesse enxergar sem ser com os
olhos. Foi uma das coisas que aprendeu quando criança, ainda na casa
da família Kinato.
A
garota ficou com certo receio com a ação do moreno mas tentou não
se intimidar. Esperou o ataque do mesmo pacientemente.
Mark
estava sem guarda alguma para se proteger de qualquer coisa. Teve
sorte por poder começar. Ele fez diversas bolhas a sua volta, saindo
de suas mãos e controlou-as até a torno de Caille. Elas ficaram
rondando a garota!
"Acho
que, se eu as tocar elas explodirão..." Pensou. Sorriu de modo
estranho e criou suas próprias bolhas.
As
bolhas deles se misturaram em uma dança. E sem que Caille
percebesse, Mark foi juntando as suas bolhas que passavam por trás
dela e criava uma maior. E de repente, ele posicionou essa bolha na
cabeça dela e ela prendeu a respiração, mas logo começou a se
afogar.
A
única coisa que conseguiu pensar na hora foi "Muita...
água...". Quando conseguiu pensar em um feitiço, estava quase
perdendo os sentidos. Rapidamente, criou uma barreira de ar em volta
de sua cabeça, respirando dentro dela com dificuldade.
O
Arcanum viu que a garota era mais esperta do que pensava. Ele desfez
a bolha e falou:
–Interessante...
Ninguém que foi atacado pela bolha pensou em criar uma barreira de
ar. Nem o Dimitri...
–Ei...
- gritou o jovem mago - Eu não tinha noção de magia né, Mark?
–Estou
apenas citando. - Ele se dirigiu a rival - Recupere o fôlego e
continuemos.
–Bem,
a lógica é, você só respira no ar, só consegui pensar em algo
assim... – Posicionou-se novamente.
–Eu
sei disso. Mas... Quem pensa nisso numa situação semelhante?
Não
era uma pergunta para se responder. Mark então, finalmente, armou
sua postura e em momento algum abrira os olhos.
–Acho
que é sua vez... Não?
–Pode
ser. - Conjurou novamente as fitas, simplesmente amava esse feitiço.
Avançou
no adversário com confiança.
Ela
atacou diretamente Mark, que não se defendeu usando nenhum elemento
mágico, apenas seus braços, já que ele tinha uma ótima forma
física. As fitas o feriram um pouco, mas nada que fosse
insuportável. Deixou-a continuar a sua vez!
Riu
com o pensamento que teve. Ele era bom lutando de olhos fechados
então, teria fazê-lo abrir, então, se aproximou rapidamente e lhe
deu um leve beijo na bochecha, recuando em seguida.
E
deu certo! A surpresa fez Mark abrir os olhos e ele olhou para
Caille, ainda tentando entender o que aconteceu. E seu coração
palpitou diferente... Ele esticou o braço e puxou o punho da garota.
Em
um movimento rápido, beijou Caille. Começou como um selinho e
depois se tornou um beijo calmo e lento. Ao se separarem, Mark
observou os olhos da menina, sorriu e disse, meio sem graça:
–Perdoe-me!
Não sei o que deu em mim... Eu... - Não conseguia continuar
Ela
simplesmente sorriu corada. - Tá tudo bem! O que eu fiz não foi só
pra te fazer abrir os olhos! - E o beijou novamente.
Enquanto
se beijavam, Mark a abraçou. Tinha Caille em seus braços. Desde o
primeiro dia, ele viu que ela tinha algo... Será que era isso?
Dimitri
estava estático, sem reação. Quem apareceu dessa vez foram Sabrí
e Seiyus, pela demora de Mark.
–Dimitri,
está tudo bem? - disse Sabrí entrando e viu a cena - Ai... Caramba!
Caille
somente ignorara quando Sabrí e Seiyus entraram na arena também.
Infelizmente, teria que separar o beijo, e logo isso aconteceu.
Encostou a testa na de Mark e observou seus olhos.
–Estou
boiando tanto quanto vocês. - disse Seiyus - Nunca roubei um beijo
da Kitty assim!
Mark
virou-se para os amigos e estava mais vermelho que o rubi que Dimitri
carrega no pescoço.
–Eu
não sei o que aconteceu, mas acho que... Eu gosto da Caille.
–Só
porque deu um beijo nela, Mark? - reclamou Sabri - Faça-me o favor!
–Não
é nada disso, Sabrí. Quando a vi no primeiro dia dela, vi que havia
algo... Escondido der uma certa forma. Ficava pensando e sentindo
medo e repulsa, mas era isso. Agora eu entendi.
Caille
não pôde deixar de sorrir com o que Mark dissera. Até que se deu
conta que estava toda molhada por causa da bolha, e sua blusa estava
totalmente colada ao corpo, dando bastante destaque à suas curvas. –
Uepa. – Sorriu sem graça.
Sabrí,
Dimitri e Seiyus não evitaram o riso. Já Mark, retirou a sua capa e
deu para Caille se cobrir. Ainda deu uma bela olhada no corpo dela e
gostou.
–Obrigada.
– Falou um tanto envergonhada. De certo modo, não entendeu o
motivo da vergonha, é o homem que ama que estava a sua frente. E
quando duas pessoas se amam... – B-Bem... É melhor eu ir agora,
posso acabar pegando um resfriado se ficar com essa roupa molhada...
–Eu
te acompanho até em casa. Vamos! - Dirigiu-se aos amigos - Pessoal,
vejo vocês amanhã.
–Tudo
bem, Mark. - disse Dimitri franzindo a testa - Até amanhã.
– Até
amanhã pessoal. – Saiu segurando a mão de Mark.
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